quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Nos 'dias' (noites) que correm...

As mentes esvaziam-se, os corpos encontram-se, as libidos tocam-se. É assim que eles e elas vivem intensamente cada noite. As batidas e os acordes musicais são os mesmos, as cores das bebidas são idênticas, as luzes piscam da mesma forma, apenas os espaços físicos diferem. Vivem nesta efémera sensação de falsa segurança que o álcool lhes provoca. A esta mistura de som, paladar e visão, já em si deliciosamente enganadora, junta-se tantas outras vezes o fumo ingerido de um qualquer cigarro de tabaco com uma qualquer ‘erva aromática’, ou mesmo um pequeno comprimido que os ajude a aguentar toda a madrugada este transe frenético que move o corpo e acalma a alma..

Será este o escape que se consegue encontrar para fugir ás vicissitudes da vida quotidiana? É talvez a mais fácil, e possível e erradamente a mais aceite por todos, esquecer tudo e viver apenas aquele momento como se não houvesse amanha. Carpe Diem! Dizia estoicamente o poeta romano Horácio.

A verdade é que durante o nosso dia a dia não podemos viver desta forma. Vivemos limitados por um conjunto de comportamentos, criados por uma sociedade dita sociável (passando a redundância) e ordeira, que teimosamente nos tenta incutir valores á muito esquecidos, muitos deles já perdidos.

Queira-se acreditar ou não, vivemos numa sociedade cada vez mais irresponsável e egoísta, onde quanto mais tarde tivermos que lutar pelos nossos 'pertences' melhor. Longe vão os tempos em que era impensável que alguém na casa dos 20 anos viver em casa dos pais e ‘á conta’ destes. Longe vão os tempos em que cedo se instituía nas pessoas que tinham de ser independentes, crescerem e constituírem família. As pessoas tinham mais valores, mais responsabilidades, menos invejas, encaravam a vida de outra forma, e talvez assim tivessem menos problemas e fossem de alguma forma mais felizes. Mas nos dias que correm tudo é diferente. Jovens adultos vivem despreocupadamente as suas vidas boémias de festas noite dentro, iludindo pais que a vida escolar é difícil e que os professores não ajudam, ou que são pouco reconhecidos nos empregos e mal pagos e não conseguem juntar dinheiro, conseguindo assim, que valores intrínsecos nos pais, os ‘alimentem’ indeterminadamente na sua vida de prazer sem responsabilidades.

Sem comentários:

Enviar um comentário